terça-feira, 12 de novembro de 2013

Poema do mês de novembro


NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,

Define com perfil e ser

Este fulgor baço da terra

Que é Portugal a entristecer –

Brilho sem luz e sem arder,

Como o que o fogo - fátuo encerra.

 
Ninguém sabe que coisa quer,

Ninguém conhece que alma tem,

Nem o que é mal nem o que é bem.

(Que ânsia distante perto chora?)

Tudo é incerto e derradeiro.

Tudo é disperso, nada é inteiro.

Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

 
É a hora!
 
Mensagem, Fernando Pessoa

Livros do mês de novembro


Há pessoas que passam no mundo como cometas brilhantes e as suas existências nunca serão esquecidas. Aristides de Sousa Mendes foi uma dessas pessoas. Cônsul brilhante, marido feliz, pai orgulhoso, teve a sua vida destruída quando, para salvar 30.000 vidas, ousou desafiar as ordens de Salazar.

 Cônsul em Bordéus durante a Segunda Guerra, é procurado por milhares de refugiados para quem um visto para Portugal é a única salvação. Sem ele, morrerão às mãos dos alemães. Infelizmente, Salazar, adivinhando as enchentes nos consulados portugueses, proibira a concessão de vistos a estrangeiros de nacionalidade indefinida e judeus.

 Sob os bombardeamentos alemães, espremido entre as ameaças de Salazar, as súplicas dos refugiados e sua consciência, Aristides sente-se enlouquecer. E então toma a grande decisão da sua vida: passar vistos a todos quantos os pedirem. Salvará 30.000 inocentes mas destruirá irremediavelmente a sua vida.

Sónia Louro nasceu em 1976, em França. Desde cedo apaixonada pelas Ciências e pela Literatura, acabou por optar academicamente pela primeira, mas nunca abandonou a sua outra paixão. Licenciou-se em Biologia Marinha, mas não perdeu de vista a Literatura, à qual veio depois a aliar um outro interesse: a História. Fruto desse casamento, este é o seu segundo romance histórico.
 
 
 
Mais do que um livro de fantasia e aventura, Portas Mágicas narra a extraordinária transformação interna de uma adolescente deprimida e insegura numa jovem confiante e preparada para enfrentar os desafios da vida adulta. No final da demanda, Sara aprende a derradeira lição: que a magia prevalece sempre que abrimos portas para mundos de inefável beleza, onde nos permitimos ser quem somos e onde a vida acontece.






Nesta obra, magnificamente ilustrada por Fátima Afonso, encontramos dois dos mais belos contos escritos para a infância: O Gigante Egoísta e O Príncipe Feliz. Neles, Oscar Wilde lembra-nos que só através do Amor e da Partilha podemos alcançar a felicidade e fazermos com que a Primavera chegue a todos os corações, criando o Paraíso na Terra.




  Oscar Wilde foi talvez o mais importante dramaturgo da época vitoriana. Criador do movimento
dândi, que defendia o belo e o culto da beleza como um antídoto para os horrores da época industrial, Wilde publicou a sua primeira obra em 1881, a que se seguiram duas peças de teatro. A partir de 1887 iniciou uma fase de produção literária intensa, em que escreveu diversos contos, peças de teatro, como A Importância de se Chamar Ernesto, e um romance. Em 1895, foi acusado de homossexualidade e violentamente atacado pela imprensa, tendo-se envolvido num processo que o levou à prisão. Morreu em Paris em 1900.

Filme do mês de novembro


Filme baseado na história real do estudante e jogador de futebol americano Ernie Davis (1939-1963), o primeiro afro-americano a ganhar o Troféu Heisman. Dos tempos de infância em que vivia com os avós na Pensilvânia, sujeito ao racismo dos vizinhos, até à mudança com a mãe para Nova Iorque, onde integra a equipa da Universidade de Siracusa pela mão do lendário treinador Ben Schwartzwalder e se torna um dos maiores «backs» da história. Conhecido também pela defesa dos direitos civis e pela igualdade dentro e fora do campo, Ernie Davis é ainda hoje uma fonte de inspiração.
 

Realização: Gary Fleder

Atores: Dennis Quaid, Rob Brown, Omar Benson Miller, Aunjanue Ellis, Clancy Brown, Darrin Dewitt Henson, Saul Rubinek, Nelsan Ellis, Charles S. Dutton

Duração: 124 minutos

Boletim informativo de novembro







Concurso Nacional de Leitura: obras selecionadas


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Livro do mês de outubro


«Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo.» Com estas palavras - tão célebres já como as palavras iniciais do Dom Quixote ou de À Procura do Tempo Perdido - começam estes Cem Anos de Solidão, obra-prima da literatura contemporânea, traduzida em todas as línguas do mundo, que consagrou definitivamente Gabriel García Marquez como um dos maiores escritores do nosso tempo. A fabulosa aventura da família Buendía-Iguarán com os seus milagres, fantasias, obsessões, tragédias, incestos, adultérios, rebeldias, descobertas e condenações são a representação ao mesmo tempo do mito e da história, da tragédia e do amor do mundo inteiro.

 PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1982
Escritor colombiano nascido a 6 de Março de 1928, em Aracataca, um pequeno entreposto do comércio de bananas. Desde logo deixado ao cuidado dos seus avós, um coronel na reserva, ex-combatente na guerra civil, e uma apaixonada pelas tradições orais indígenas, estudou na austeridade de um colégio de jesuítas.

 Terminando os seus estudos secundários, ingressou no curso de Direito da Universidade de Bogotá, mas não o chegou a concluir. Fascinado pela escrita, transferiu-se para a Universidade de Cartagena, onde recebeu preparação académica em Jornalismo. Publicou o seu primeiro conto, "La Hojarasca", em 1947. No ano seguinte, deu início a uma carreira como jornalista, colaborando com inúmeras publicações sul-americanas. No ano de 1954 foi enviado para Roma, como correspondente do jornal El Espectador mas, pouco tempo depois, o regime ditatorial colombiano encerrou a redação, o que contribuiu para que Márquez continuasse na Europa, sentindo-se mais seguro longe do seu país. Em 1955, publicou o seu primeiro livro, uma coletânea de contos que já haviam aparecido em publicações periódicas, e que levou o título do mais famoso, "La Hojarasca". Passando despercebida pelo olhar da crítica, a obra inclui contos que lidam compassivamente com a realidade rural da Colômbia. Em 1967, publicou a sua obra mais conhecida, o romance "Cien Años De Soledad" ("Cem Anos de Solidão"), romance que se tornou num marco considerável no estilo denominado como realismo mágico. Em "El Otoño Del Patriarca" (1977), Márquez conta a história de um patriarca, cuja notícia da morte origina uma autêntica luta de poder.
Uma outra obra tida entre as melhores do escritor é "Crónica De Una Muerte Anunciada" (1981, "Crónica de uma Morte Anunciada"), romance que descreve o assassinato de um homem em consequência da violação de um código de honra. Depois de "El Amor En Los Tiempos De Cólera" (1985, "Amor em Tempos de Cólera"), o autor publicou "El General En Su Laberinto" (1989), obra que conta a história da derradeira viagem de Simão Bolívar para jusante do Rio Magdalena. Em 2003, as Publicações D. Quixote editam, deste autor, "Viver para Contá-la", um volume de memórias de Gabriel García Márquez onde o autor descreve parte da sua vida.
Gabriel García Márquez foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1982.

 


«O leitor vai-se encontrar com a história comovente do menino Zezé, de seis anos, garoto pobre, inteligente, sensível e carente. Carente de um afeto que não encontra na família, o endiabrado garoto sai pelas ruas fazendo mil travessuras...».

É um livro extremamente marcante, comovente e triste. Marcante pela ironia da sua história, comovente pela simplicidade transmitida e com que é escrito e triste pela dor e pelas perdas retratadas. Com uma mescla de turbulentas emoções e pequenas conquistas e vitórias, vividas pelas personagens, que vêm ao rubro de forma simples e eloquente em cada palavra, sentimo-nos como se também participássemos na história. Neste livro o mais importante não são os grandes feitos ou qualquer outro ato considerado por nós, na nossa cegueira e egocentrismo, digno e merecedor de importância, mas as pequenas coisas, que no fundo acabam por ser as mais bonitas e importantes; as pequenas vitórias; a dor e a conquista, do mundo real e da vida real, que acabam por ter uma fantasia mais doce e bonita e um misticismo mais profundo, do que as grandes lendas ou histórias, apenas pelo que são.

 
Escritor brasileiro, descendente de portugueses, nascido em 1920, no Rio de Janeiro, e falecido em 1984. Depois de ter tido várias profissões, viajou pelo interior do país, região que inspirou quase toda a sua obra. Um dos seus romances mais famosos, O Meu Pé de Laranja Lima , tornou-se o exemplo vivo da presença do tema da infância na sua escrita. Outros livros conhecidos são Banana Brava (1942), Longe da Terra (1949), Arara Vermelha (1953), Arraia de Fogo (1955), Rosinha, Minha Canoa (1962), O Garanhão das Praias (1964), Rua Descalça (1969), Chuva Crioula (1972) e O Veleiro de Cristal (1973).

O Castelo dos Livros é um livro ilustrado pela talentosa Cristina Malaquias que se destina a um público um pouco mais novo do que o das outras obras da autora (7 a 10 anos). O livro conta uma história muito bonita: a história de Inês, uma menina que tinha o sonho de vir a ser sábia e, um dia, descobriu o fantástico tesouro escondido no Castelo da Montanha Azul, com as suas quatro torres, e de Teresa, que tinha o sonho de ser livre e, a certa altura, descobriu um tesouro especial guardado na sua alma cheia de histórias (uma delas sobre um terrível dragão)... Inês e Teresa gostam muito de livros. Pouco a pouco, vão-se conhecendo e ficando grandes amigas. Assim, juntas, vencem o medo e tornam-se guardiãs das quatro torres mágicas: a Torre dos Arrepios, a Torre das Asas, a Torre do Céu e a Torre Dourado.

Maria Teresa Maia Gonzalez, licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, coautora da coleção "O Clube das Chaves", é autora de inúmeras outras obras, incluindo vários títulos premiados. "A Lua de Joana", o seu maior sucesso editorial, já conta com 16 edições e 220 000 exemplares vendidos. O seu livro, "O Pai no Tecto", tem sido igualmente bem recebido pelos jovens leitores e professores.

É uma das mais vendidas e prestigiadas autoras portuguesas de livros dedicados a crianças e jovens adolescentes.

Poema do mês de outubro


Poema da Biblioteca

Sou cheia de cavidades, conteúdos, somas
Tábuas paralelas, segurando sonhos
Sou alta, larga, profunda – com glórias
Carrego das vidas, todas as histórias

Sou aquela que registra a própria civilização
Sou mais importante do que o pão
Sou forte, plena cortejada e vaidosa
Sou cheia de luz, em verso e prosa

Tenho brilho por ter romance de alguém
Sou altamente cultural também
Sou a que guarda os tesouros da terra
O Reino das palavras, na Paz e na guerra

Sou a que só se desfaz por acidente
Por incêndio - ou demente
Tenho páginas de rostos no meu Ser
Em belo acervo de aventura e prazer

Sou a que é certa por linhas certas
O mundo mágico dos Poetas
Sou a maravilhosa biblioteca
Reino da fantasia para mentes abertas.

Silas Corrêa Leite
 
 
Educador, Jornalista Comunitário e Conselheiro em Direitos Humanos, começou a escrever aos 16 anos no jornal “O Guarani” de Itararé-SP. Fez Direito e Geografia, é Especialista em Educação (Mackenzie), com extensão universitária em Literatura na Comunicação (ECA). Autor entre outros de “Porta-Lapsos”, Poemas, Editora All-Print (SP) e “Campo de Trigo Com Corvos”, Contos, Editora Design (SC), obra finalista do prêmio Telecom, Portugal 2007, e “O Homem Que Virou Cerveja”, "Crônicas Hilárias de um Poeta Boêmio", livro vencedor do Prémio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador Bahia, 2009, Giz Editorial, SP. Premiado nos Concursos Paulo Leminski de Contos, Ignácio Loyola Brandão de Contos; Lygia Fagundes Telles Para Professor Escritor, Prémio Biblioteca Mário de Andrade (Poesia Sobre SP), Prémio Literal (Fundação Petrobrás), Prémio Instituto Piaget (Lisboa, Portugal/Cancioneiro Infanto-Juvenil; Prémio Elos Clube/Comunidade Lusíada Internacional; Vencedor do Primeiro Salão Nacional de Causos de Pescadores (USP), Prémio Simetria Ficções e Fantástico, Portugal (Microconto).
 
 
 

Filme do mês de outubro: Viagem ao centro da terra


Trevor Anderson (Brendan Fraser) é um cientista cujas teorias não são bem aceites pela comunidade científica. Decidido a descobrir o que aconteceu com seu irmão Max, que simplesmente desapareceu, ele parte para a Islândia juntamente com seu sobrinho Sean (Josh Hutcherson) e a guia Hannah. Entretanto, a meio da expedição eles ficam presos numa caverna e, na tentativa de deixar o local, alcançam o centro da Terra. Lá eles encontram um exótico e desconhecido mundo perdido.