«Muitos anos depois, diante do
pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela
tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo.» Com estas palavras - tão
célebres já como as palavras iniciais do Dom
Quixote ou de À Procura do Tempo
Perdido - começam estes Cem Anos de Solidão, obra-prima da literatura
contemporânea, traduzida em todas as línguas do mundo, que consagrou
definitivamente Gabriel García Marquez como um dos maiores escritores do nosso
tempo. A fabulosa aventura da família Buendía-Iguarán com os seus milagres,
fantasias, obsessões, tragédias, incestos, adultérios, rebeldias, descobertas e
condenações são a representação ao mesmo tempo do mito e da história, da
tragédia e do amor do mundo inteiro.
Escritor colombiano nascido a 6 de Março de
1928, em Aracataca, um pequeno entreposto do comércio de bananas. Desde logo
deixado ao cuidado dos seus avós, um coronel na reserva, ex-combatente na
guerra civil, e uma apaixonada pelas tradições orais indígenas, estudou na
austeridade de um colégio de jesuítas.
Terminando os seus estudos secundários,
ingressou no curso de Direito da Universidade de Bogotá, mas não o chegou a
concluir. Fascinado pela escrita, transferiu-se para a Universidade de
Cartagena, onde recebeu preparação académica em Jornalismo. Publicou o seu
primeiro conto, "La Hojarasca", em 1947. No ano seguinte, deu início
a uma carreira como jornalista, colaborando com inúmeras publicações
sul-americanas. No ano de 1954 foi enviado para Roma, como correspondente do
jornal El Espectador mas, pouco tempo
depois, o regime ditatorial colombiano encerrou a redação, o que contribuiu
para que Márquez continuasse na Europa, sentindo-se mais seguro longe do seu
país. Em 1955, publicou o seu primeiro livro, uma coletânea de contos que já
haviam aparecido em publicações periódicas, e que levou o título do mais
famoso, "La Hojarasca". Passando despercebida pelo olhar da crítica,
a obra inclui contos que lidam compassivamente com a realidade rural da
Colômbia. Em 1967, publicou a sua obra mais conhecida, o romance "Cien
Años De Soledad" ("Cem Anos de Solidão"), romance que se tornou
num marco considerável no estilo denominado como realismo mágico. Em "El
Otoño Del Patriarca" (1977), Márquez conta a história de um patriarca,
cuja notícia da morte origina uma autêntica luta de poder.
Uma outra obra tida entre as melhores do
escritor é "Crónica De Una Muerte Anunciada" (1981, "Crónica de
uma Morte Anunciada"), romance que descreve o assassinato de um homem em
consequência da violação de um código de honra. Depois de "El Amor En Los
Tiempos De Cólera" (1985, "Amor em Tempos de Cólera"), o autor
publicou "El General En Su Laberinto" (1989), obra que conta a
história da derradeira viagem de Simão Bolívar para jusante do Rio Magdalena.
Em 2003, as Publicações D. Quixote editam, deste autor, "Viver para
Contá-la", um volume de memórias de Gabriel García Márquez onde o autor
descreve parte da sua vida.
Gabriel García Márquez foi galardoado com o
Prémio Nobel da Literatura em 1982.
«O leitor vai-se encontrar com a
história comovente do menino Zezé, de seis anos, garoto pobre, inteligente,
sensível e carente. Carente de um afeto que não encontra na família, o
endiabrado garoto sai pelas ruas fazendo mil travessuras...».
É um livro extremamente marcante,
comovente e triste. Marcante pela ironia da sua história, comovente pela
simplicidade transmitida e com que é escrito e triste pela dor e pelas perdas
retratadas. Com uma mescla de turbulentas emoções e pequenas conquistas e
vitórias, vividas pelas personagens, que vêm ao rubro de forma simples e
eloquente em cada palavra, sentimo-nos como se também participássemos na
história. Neste livro o mais importante não são os grandes feitos ou qualquer
outro ato considerado por nós, na nossa cegueira e egocentrismo, digno e
merecedor de importância, mas as pequenas coisas, que no fundo acabam por ser
as mais bonitas e importantes; as pequenas vitórias; a dor e a conquista, do
mundo real e da vida real, que acabam por ter uma fantasia mais doce e bonita e
um misticismo mais profundo, do que as grandes lendas ou histórias, apenas pelo
que são.
O Castelo dos Livros é um livro ilustrado pela talentosa Cristina Malaquias que se destina a
um público um pouco mais novo do que o das outras obras da autora (7 a 10
anos). O livro conta uma história muito bonita: a história de Inês, uma menina
que tinha o sonho de vir a ser sábia e, um dia, descobriu o fantástico tesouro
escondido no Castelo da Montanha Azul, com as suas quatro torres, e de Teresa,
que tinha o sonho de ser livre e, a certa altura, descobriu um tesouro especial
guardado na sua alma cheia de histórias (uma delas sobre um terrível dragão)...
Inês e Teresa gostam muito de livros. Pouco a pouco, vão-se conhecendo e
ficando grandes amigas. Assim, juntas, vencem o medo e tornam-se guardiãs das
quatro torres mágicas: a Torre dos Arrepios, a Torre das Asas, a Torre do Céu e
a Torre Dourado.
Maria Teresa Maia Gonzalez,
licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, coautora da coleção "O Clube
das Chaves", é autora de inúmeras outras obras, incluindo vários títulos
premiados. "A Lua de Joana", o seu maior sucesso editorial, já conta
com 16 edições e 220 000 exemplares vendidos. O seu livro, "O Pai no
Tecto", tem sido igualmente bem recebido pelos jovens leitores e
professores.
É uma das mais vendidas e prestigiadas autoras
portuguesas de livros dedicados a crianças e jovens adolescentes.