terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Poema do mês de fevereiro

Não te Amo


Não te amo, quero-te: o amar vem d’alma.
E eu n’alma - tenho a calma,
A calma - do jazigo.
Ai! não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida - nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.


Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

Filme do mês de fevereiro

Inteligente, bonita e determinada, Alexis é a rapariga dos sonhos de Dustin. Mas após cinco semanas de namoro apenas, Alexis termina a relação com Dustin. Devastado, Dustin recorre ao seu melhor amigo, Tank, especialista em reatar relações. Mestre da sedução (e da ofensa gratuita), Tank é contratado por rapazes que acabaram de ser deixados pelas suas namoradas e oferece-lhes o pior encontro romântico da vida delas – uma experiência tão má que as faz voltar a correr para os braços dos ex-namorados. Mas a magia de Tank parece não funcionar com Alexis, que responde à letra às suas provocações. Tank está perante o maior desafio da sua vida, e rapidamente se vê dividido entre a lealdade ao melhor amigo e uma forte atracção pela ex-namorada dele.


Livro do mês de fevereiro

Miguel e Filipa conhecem-se desde os sete anos e aquilo que começou como uma amizade inabalável evoluiu para uma paixão sem limites. Mas, agora com dezassete anos, no auge desse amor arrebatado, a tragédia bate-lhes à porta quando Filipa engravida e os pais a pressionam a interromper a gravidez, contra a vontade dos dois namorados. Um tema cada vez mais comum entre adolescentes que por força das circunstâncias são obrigados a crescer precocemente.




Maria Teresa Maia Gonzalez, licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, co-autora da coleção "O
Clube das Chaves", é autora de inúmeras outras obras, incluindo vários títulos premiados. "A Lua de Joana", o seu maior sucesso editorial, já conta com 16 edições e 220 000 exemplares vendidos. O seu livro, "O Pai no Tecto", tem sido igualmente bem recebido pelos jovens leitores e professores.
É uma das mais vendidas e prestigiadas autoras portuguesas de livros dedicados a crianças e jovens adolescentes. Inicia com a publicação deste livro na Principia, uma colaboração na área dos livros para crianças e jovens adolescentes, com livros cujo conteúdo pretende transmitir uma mensagem espiritual e um sentido de religiosidade adaptado à idade do público alvo.

«A certa altura, decidi que não poderia passar a noite parado como um legume, apelei à pouca coragem e disse para mim próprio: “Seja o que Deus e ela quiserem.” Avancei lesto para a mesa de Erika e, lá chegado, tomou-me uma sensação de fracasso inevitável, mesmo de ridículo. Balbuciei por fim: - A menina não quer dançar comigo, pois não?»

Duarte é um jovem bon vivant, que, entre as noites glamorosas passadas no Grande Casino Internacional do Estoril, as tardes de café no Chave D’Ouro, no Palladium ou no Martinho do Rossio e a vida boémia nas boîtes da capital, vê o seu coração ser arrebatado por uma jovem alta, esguia, loura e de sorriso luminoso, de nome Erika. Mário Zambujal transporta-nos, nesta novela de prosa clara e original, pautada de humor, imaginação e sensibilidade, numa viagem de imagens e memórias, à Lisboa dos anos 50. Uma época de apetites e excessos. De paixões e desventuras. Era um tempo em que havia tempo. Até se escreviam cartas de amor.


Jornalista e escritor português, nascido em 1936, trabalhou na televisão e em jornais como A Bola, Diário de Lisboa e Diário de Notícias, em especial na área do desporto. Publicou três livros de ficção: "Crónica dos Bons Malandros", em 1980, que teve grande sucesso e deu origem a uma longa-metragem de Fernando Lopes; "Histórias do Fim da Rua", em 1983; e "À Noite Logo se Vê", em 1986.